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Quem conta essa história é Carlo Nenna. Ele é engenheiro da Enginium, empresa italiana de consultoria em tecnologia da informação que ajudou a ESA a implementar a atualização na sonda. “O ambiente de desenvolvimento é muito velho — ele já era razoavelmente ultrapassado no ano 2000”, comenta Nenna. “Foi necessário configurar uma máquina com Windows 98. Eu fiz isso usando uma máquina virtual no VirtualBox.” A máquina virtual foi só o começo da saga. O consultor explica que foi difícil achar um jeito de compartilhar os arquivos entre o computador host e os computadores guests. Até mesmo recursos simples, como um navegador web que funcionasse ou um editor de código-fonte, foram mais complicados que o esperado. Só para configurar e validar completamente o ambiente de desenvolvimento foram necessários dois meses.
Mars Express já encontrou água em Marte
Você pode não lembrar da sonda Mars Express pelo nome, mas com certeza viu notícias de alguns de seus feitos. O mais famoso deles é a descoberta de sinais de água líquida em Marte, em 2018. O nome do equipamento responsável pela façanha é Marsis. Essa é a sigla para Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionospheric Sounding — em tradução livre, Radar Avançado de Marte para Pesquisa Subsuperficial e Ionosférica. A Mars Express foi lançada em 2 de junho de 2003, e é a primeira missão da ESA com destino a Marte. A agência brinca que a sonda tem idade suficiente para votar em muitos países. O Marsis conta com uma antena de quarenta metros e envia ondas de rádio de baixa frequência em direção à superfície do planeta. Pelos reflexos, é possível estudar a estrutura sob a superfície. Apesar das quase duas décadas de serviço, a Mars Express continua sendo muito útil para a ESA. “Há muitas regiões próximas ao polo sul de Marte onde talvez tenhamos visto sinais de baixa resolução que indicam água líquida”, diz Colin Wilson, cientista da missão. “O novo software vai nos ajudar a estudar essas regiões em alta resolução, com mais rapidez e de modo mais extensivo. Assim, podemos confirmar se eles abrigam novas fontes de água em Marte.” A atualização permitirá descartar dados que não são necessários aos cientistas e, com mais espaço livre na memória, explorar áreas muito maiores a cada passagem. “É como se tivéssemos um instrumento totalmente novo na Mars Express quase vinte anos depois do lançamento”, elogia Wilson. Com informações: ESA, The Register.